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O BLOG DO V-P

QUANDO AS LETRAS HUMANAMENTE ESCRITAS OCUPAM O LUGAR DE CRISTO

Uma tarde dessas, na semana que passou, fui à Igreja de A***, para rezar junto ao Sacrário. Como é já freqüente acontecer nas insípidas igrejas modernosas, o Santíssimo não fica mais no centro do altar; fica ao lado, numa capela isolada. Em vez do Sacrário, no altar, colocou-se ali uma estante de madeira (não, não minto, não caricaturo, não excedo os lindes da verdade mediante ironia ou sarcasmo! Dói-me, ao contrário, falar tudo isto), e, nela, rústica e fraudatória estante, reuniram-se modernas edições e pobremente encapadas da Bíblia de Deus. As capas rudimentares são um acréscimo de pauperismo, de miserabilismo, desse empobrecimento ideológico que faz da rusticaria um objetivo, do feio, uma grandeza, do falso, a perfeição. Trata-se da Outra, da falseada que vai mostrando a carantonha no próprio Templo da Verdade. Assediaram-na, tomaram a Casa da Verdadeira, fraudaram-na, fraudaram-nos. No lugar do Verbo, exibem-se uns textos humanamente impressos.

Não se conjecture queira eu retornar no tempo. Não se trata de uma volta para trás, trata-se (como sugeria MARCEL DE CORTE) de um regresso ao real, porque ao princípio era o Verbo! E Ele sempre o será!

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